Boas práticas agronômicas

Boas práticas agronômicas: entenda o que são e porque você deve utilizá-las na sua propriedade.

No texto de hoje vou te mostrar algumas estratégias que você pode aplicar na sua lavoura e que são táticas que vão lhe ajudar com as boas práticas agronômicas no campo.

Vou começar definindo o termo e, na sequência, listar boas práticas agrícolas em diversas situações que temos no campo.

O que são boas práticas agronômicas?

Podemos definir boas práticas agronômicas como o conjunto de estratégias de manejo que auxiliam o produtor a ter mais eficiência na condução da sua lavoura e a fazer um uso mais sustentável da biotecnologia.

Boas práticas agronômicas: uso eficiente de fertilizantes

Para o uso correto, seguro ambiental, social e economicamente viável dos fertilizantes, algumas estratégias devem ser adotadas, como:

  • mapeamento da fertilidade do solo;
  • criação de zonas de manejo distinguindo as quantidades a serem aplicadas em cada faixa;
  • regulagem, manutenção, limpezas e revisão da calibração dos equipamentos dos sistemas de distribuição de fertilizantes em taxa variável;
  • fonte certa, ou seja, combinar as fontes de fertilizantes com as propriedades do solo e de acordo com a necessidade da cultura que será instalada;
  • dose certa de acordo com a cultura que será semeada;
  • local certo, ou seja, método de aplicação adequado que coloca o nutriente onde a cultura possa absorver;
  • época certa: sincronizar a disponibilidade do nutriente com a demanda da cultura.

Boas práticas agronômicas: pragas

No controle de pragas nas lavouras, o uso de boas práticas agrícolas é relacionado principalmente com o manejo integrado de pragas (MIP) e com as áreas de refúgio ao utilizar a tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis).

Assim, temos algumas estratégias que podem lhe ajudar com o MIP como: uso de inseticidas, agentes biológicos (predadores, parasitoides e entomopatógenos – bactérias, fungos ou vírus), uso de variedades de plantas resistentes a pragas, manejo cultural, feromônios, plantas iscas e monitoramento.

Já, em relação às áreas de refúgio, o objetivo delas é evitar populações de insetos-praga resistentes à tecnologia Bt.

Por isso, uma parte da lavoura deve ser semeada com semente convencional, sendo feita na mesma propriedade. Importante também lembrar que deve ser feita na mesma época em que a plantação da cultura Bt, e que você pode e deve realizar o mesmo sistema de produção (manejos).

A área de refúgio recomendada varia conforme a espécie semeada, por exemplo, para milho é recomendado 10% da área total, já para soja, cana e algodão é indicado 20% da área total.

Fonte: Boas práticas agronômicas

Boas práticas agronômicas: controle de plantas daninhas

Dentre as estratégias de manejo de plantas daninhas podemos citar algumas que estão de acordo com as boas práticas agrícolas no campo como:

  • rotação de culturas;
  • rotação de herbicidas de mecanismos de ação diferentes;
  • uso de herbicidas em pré-emergência;
  • uso de dois ou mais métodos de controle (cultural, preventivo, físico, mecânico, biológico e químico);
  • plantio no limpo (boa dessecação);
  • manutenção de palha;
  • controle de escapes de plantas daninhas;
  • não deixar área em pousio;
  • aplicar herbicidas na dose recomendada e no estádio de desenvolvimento adequado;
  • limpeza de máquinas e implementos antes de passar de um talhão para outro;
  • usar a tecnologia de aplicação a nosso favor;
  • monitorar e identificar as plantas daninhas para escolha dos métodos de controle mais adequados;
  • favorecer a cultura: plantio na época adequada, de acordo com o zoneamento agrícola, escolha das variedades mais adaptadas, espaçamento e densidade corretos;
  • aplicar em condições climáticas adequadas.

Fonte: Clonar

Boas práticas agronômicas: sementes

O uso de boas práticas agrícolas em sementes está relacionado com o controle doenças e pragas na fase inicial da cultura, com um bom desenvolvimento de plantas não Bt nas áreas de refúgio e, ainda, com a manutenção do estande inicial da sua lavoura.

Dentre as estratégias estão:

  • sempre utilizar sementes certificadas;
  • tratamento de sementes com inseticidas e/ou organismos biológicos;
  • tratamento de sementes com o uso de inoculantes, corantes, reguladores de crescimento, micronutrientes, revestimento de sementes e protetores para o uso de herbicidas quando necessários;
  • instalar áreas de refúgio;
  • produtos químicos de amplo espectro de controle.

Boas práticas agronômicas: transporte do defensivo agrícola

  • Ao comprar um produto exija e guarde a nota fiscal (o transporte deve ser feito sempre com a nota fiscal do produto e com a ficha de emergência);
  • Compre a quantidade certa para a área, isso evita sobras do produto;
  • Não compre produtos fora do prazo de validade, nem com embalagens danificadas;
  • Utilize Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na hora de manusear e aplicar;
  • Certifique-se de que o veículo de transporte esteja em boas condições de uso;
  • Não transporte embalagens danificadas ou com vazamentos;
  • É proibido o transporte de agrotóxicos dentro da cabine do veículo e na carroceria que estiver transportando pessoas, animais, alimentos, rações ou medicamentos.

Boas práticas agronômicas: armazenamento do defensivo agrícola

Essa práticas fazem a referência ao depósito de armazenamento dos defensivos que deve ter as seguintes características:

  • Deve ficar em local separado com, no mínimo, 30 metros de distância de residências ou instalações para animais;
  • Distante de fontes de fornecimento de água e em local não sujeito a inundação;
  • Ter piso impermeável e um sistema de contenção de vazamento de agrotóxicos;
  • Ter sistema de ventilação que, mesmo fechado, permita a fuga de gases e vapores exalados pelos produtos armazenados;
  • Deve ser de alvenaria, ter boa ventilação e iluminação natural e não permitir o acesso de animais;
  • No lado de fora da construção, devem ser afixadas placas ou cartazes com símbolos de perigo;
  • Instalações elétricas do depósito devem estar em bom estado de conservação e manutenção para evitar curtos-circuitos e incêndios;
  • Portas devem permanecer trancadas para evitar a entrada de crianças, animais e pessoas não autorizadas;
  • Defensivos devem ser armazenados em separado e por tipo (herbicidas, inseticidas, fungicidas) e não podem ser armazenados junto com alimentos, rações, sementes ou medicamentos.

Boas práticas agronômicas: manuseio do defensivo agrícola

  • Deve ser feito por pessoas adultas com idade entre 18 e 60 anos, informadas sobre os riscos e com treinamento de 20 horas, no mínimo;
  • O manuseio dos produtos deve ser feito com EPI, inclusive no preparo da calda;
  • Manuseie o produto ao ar livre, longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas;
  • Utilize água limpa para preparar a calda;
  • Utilize equipamentos apropriados, como balanças, copos graduados, baldes e funis e, nunca utilize esses equipamentos para outras atividades;
  • Use apenas o misturador para misturar a calda antes de colocar no pulverizador;
  • Após o preparo da calda, lave os equipamentos.

Em relação às boas práticas de transporte, armazenamento, manuseio, limpeza e EPI você pode consultar mais no manual da Andef.

Conclusão

No texto de hoje você aprendeu mais sobre boas práticas agrícolas.

Listei para você estratégias para boas práticas agronômicas no controle de pragas, de plantas daninhas, no uso eficiente de fertilizantes, no tratamento de sementes, no transporte, armazenamento e manuseio de defensivos.

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre boas práticas agronômicas? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Sobre a Autora: Ana Ligia Giraldeli. Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (USP) e especialista em Agronegócios. Atualmente Professora da Colaboradora na UEL.

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