Verticalização e internacionalização: possibilidades de crescimento das cooperativas brasileiras

A busca por novas alternativas de produção e o alcance de outros países a partir da compreensão das necessidades de cada lugar são iniciativas fundamentais para alcançar novos mercados, conforme apontaram lideranças de grandes cooperativas brasileiras.

De início, Alexandre Andrade, presidente da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Coaf), falou sobre a expansão da cooperativa ao assumir a administração de usinas antes desativas no estado do Pernambuco. No ano de 2014, a Coaf arrendou a usina Pumaty, em Joaquim Nabuco, que estava fechada. A iniciativa reativou a unidade fabril e permitiu que os canavieiros tivessem como produzir e comercializar a sua produção.

O projeto de cooperativismo no segmento industrial continuou avançando quando a Coaf arrendou, em 2015, mais uma usina, dessa vez a antiga Cruangi, em Timbaúba, também no estado pernambucano. Dessa forma, foi possível gerar um maior valor agregado à produção dos canavieiros do Pernambuco, que hoje conseguem fazer negócios com preços diferenciados a nível nacional, conforme afirmou Andrade.

Em seguida, Vanir Zanatta, presidente da Cooperja, detalhou como a cooperativa verticalizou sua produção para conseguir alcançar novos patamares. Antes, o que se limitava apenas à lavoura de arroz, começou a crescer com a instalação de silos para um grupo de 117 agricultores, em Santa Catarina. A expansão começou a chegar a níveis maiores na década de 80 com a criação de marcas, agregando valor ao produto. Nos anos 90, a ampliação do negócio prosseguiu com a inauguração de mercados pertencestes à cooperativa.

Mais recentemente, as atividades continuam em expansão com a criação de lojas agropecuárias, centros de distribuição pelo Brasil, assistência técnica aos produtores, desenvolvimento de subprodutos do arroz, realização de eventos e, além disso, o investimento em outras culturas como milho, soja e fruticultura.

Na sequência a conversa focou na internacionalização das cooperativas. José Marcos Magalhães, presidente da Minasul, afirmou primeiro ser essencial a presença de um consultor de culturas, uma pessoa que vai entender dos costumes e hábitos da população de outros países. Para alcançar mercados internacionalmente, ele acredita ser elementar o conhecimento de como são as coisas no outro país. Por exemplo, ao chegar nos Estados Unidos, a Minasul precisou lidar com problemas logísticos, enquanto que na Europa, a demonstração dos sabores dos cafés essenciais foi a chave para conquistar espaço.

Conhecer a outra cultura é tão importante, pois, como explicou Magalhães, foi fundamental para a Minasul saber que hoje o café é uma bebida de luxo na China. “Café passou a ser um luxo. Eles tomam como ostentação”, declarou. Por isso, o primeiro passou deve ser o conhecimento da necessidade do mercado do outro país.

Por fim, foi a vez de tomar a palavra Rodrigo Rodrigues, coordenador de vendas da Koppert Brasil, empresa de origem holandesa, que produz biológicos para adubação do solo. Na mesma linha que Magalhães, ele afirmou que, para chegar a outros países, é primordial conhecer quais são as necessidades dos produtores. “A internacionalização vai além da necessidade do comércio, passa também pela necessidade da cultura”, disse Herrmann. Segundo ele, a Koppert somente conseguiu se expandir e se tornar uma multinacional por saber do que precisam os agricultores das nações onde a empresa se instala.

Fonte:  Notícias Agrícolas (por Igor Batista)

Para ter acesso a mais conteúdos, navegue no nosso canal clicando aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.